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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Acidentes com Animais Peçonhentos

  A importância de abordar os múltiplos aspectos que envolvem o tema “ANIMAIS PEÇONHENTOS”, ou seja, venenosos, é que muitos profissionais desconhecem os critérios básicos para diagnosticar o acidentado.

  Um auxílio muito grande para estes casos são os CIVITOX, que são centros que auxiliam os profissionais nos protocolos dos animais acidentados.

  A atitude que mais auxilia no salvamento dos animais atacado são as informações que o proprietário relata ao médico veterinário, como por exemplo, se viu o animal venenoso que o atacou, situação do ambiente onde a vítima estava, e é claro a procura do socorro o mais rápido possível.

  Os acidentes com cobras são os mais importantes devido a gravidade e há maiores ocorrências, cerca de 90% dos acidentes no Mato Grosso do Sul são com as Jararacas, que é uma cobra de porte médio e pode alcançar 1,50 m (um metro e meio)  de comprimento, tem hábitos terrestres, mais pode ser encontrada sobre a vegetação, tem agressividade moderada. O veneno desta cobra tem o poder de destruir proteína e causar hemorragias, ocorrendo grandes áreas de necrose tecidual (morte do tecido). Os sintomas causados por tal agressão e a visualização das duas marcas da picada no local, ou pode ser observada uma única perfuração ou arranhadura, e raras vezes que a picada não é visualizada. O sangramento no local da picada é freqüente, ocorre também muito edema e dor, e após doze horas do acidente ocorre aparecimento de bolhas e das área de necrose. A maior complicação sistêmica da picada da Jararaca é a Insuficiência Renal Aguda, ou seja, os rins param de funcionar podendo levar o paciente à morte.

  A cultura popular indica procedimentos que são extramente perigosos, como por exemplo, o “Torniquete” que não deve ser feito em hipótese alguma, pois ocorre o represamento do veneno na região causando uma destruição do tecido muito maior, e muitas vezes ocorrendo a perda do membro em que foi realizado o torniquete.

  O procedimento correto em qualquer acidente com cobra é manter a vítima calma e levar ao medico veterinário imediatamente para a aplicação do soro antiofídico e o tratamento de suporte.

  Em locais isolados, como fazendas de difícil acesso, deve-se sempre manter o soro antiofídico polivalente (contra o veneno de várias cobras) à disposição e dentro do prazo de validade, porém mesmo com a aplicação do soro é necessário levar o animal o mais rápido possível ao veterinário para ministrar outros medicamentos necessários.

  Outro acidente bastante freqüente em nossa região é com escorpião, seu veneno tem ação neurotóxica, ou seja, ataca o sistema nervoso, causando muita dor local e em casos mais graves lesão no sistema nervoso central (cérebro), levando à graves alterações no sistema digestivo, circulatório, respiratório, urinário e térmico, podendo levar ao óbito, e o que determina a gravidade é a espécie do escorpião e o peso do animal que foi picado, quanto menor o peso, maior a agressividade do veneno.

  Acidentes com menor gravidade podem ocorrer em contato com abelhas e lagartas, podendo ser de grau leve, moderado ou grave. A gravidade depende da fragilidade do animal atacado e a quantidade de picadas no caso de abelhas e contato no caso de lagartas. Como não existe soro para estes casos a procura do veterinário deve ser imediata, pois pode levar a morte.

  Hoje temos um trabalho de informação bastante eficiente e rápido que é o CIVITOX, que pode ser contactado pelos fones: 0800-722-6001 ou (67) 3386-8655.

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Juci Pereira
Médica Veterinária graduada pela UFMS em 1993
Pós Graduada em Saúde Pública e em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais
Proprietária e Responsável Técnica da PETIT BICHON Clínica Veterinária e Petshop em Campo Grande - MS.

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