Não consigo citar uma reação humana que se compare à felicidade de um cão ao encontrar seu dono, pode ser após alguns minutos de separação, ou até dias, eles se manifestam com aquele rabinho abanando e uma alegria que parece sair por todos os poros, chova ou faça sol, independente do humor do seu dono, a roupa que veste, o carro que dirige, de qualquer forma ele diz “Eu te amo” com seu corpo todo.
A intensificação desta relação vem ocorrendo nas ultimas décadas, e este ser vem sendo inserido no núcleo familiar, e sendo muitas vezes considerado um membro da família, e na maioria das vezes o relacionamento está sendo conduzido literalmente até que “ a morte os separe”. Deles cuidamos como se fossem nossos filhos, com carinhos, atenções, cuidados, mimos que muitas vezes são criticados por quem simplesmente, não compreende esta relação.
O fato explica porque o mercado pet vem crescendo de maneira gigantesca, oferecendo cada vez mais recursos para cuidarmos e mimarmos estes mais novos membros familiares, hoje temos os mais diversos serviços e produtos, como especialidades médicas, SPAs, planos de saúde, adestradores, produtos de beleza, medicamentos e vacinas desenvolvidas com a mais alta tecnologia.
Muitas vezes sou questionada, “isto tudo é mesmo necessário?“ e eu respondo sempre afirmando humildemente que sim, e todas as pessoas que como eu foram presenteados com a experiência deste amor tão puro, também concordam e também acham que não há limites para proporcionar bem-estar, alegria e longevidade àqueles que são objetos do nosso amor.
O que geralmente ameaça esta relação que deveria ser perfeita é o lado humano, que muitas vezes tem a necessidade de controlar tudo, e com atitudes impacientes e estressadas não respeitam o limite dos cães, e assim os levam à reações que consideramos rebeldia, falta de obediência, como por exemplo quando destroem objetos, defecam no local errado, se tornam agressivos, e temos que chegar à conclusão que este cão está apenas refletindo ação errada do seu proprietário.
Como podemos evitar que uma relação que começa tão bem, e que as vezes terminam no abandono? Temos que, além de educar, cativar, e construir uma relação harmoniosa e sempre tentando responder a seguinte pergunta: “O que faria o meu cão feliz?”, e sempre, é claro, impor limites, regras e atitudes para promover uma interação correta e saudável com o nosso grande companheiro.
Um fato que influencia muito neste futuro relacionamento de sucesso, é o cuidado na escolha do cão, pois eles tem um poder de sedução incrível, e que provoca aquisições por impulso, e assim às vezes levando você à adquirir um cão que adulto será enorme, e você mora em um apartamento, resultando em um companheiro estressado, então escolha e planeje antes.
Inicie a educação e o treinamento do seu cão o mais cedo possível, pois o aprendizado se torna mais fácil e mais eficiente. Escolha métodos motivacionais e positivos, eduque seu cão de forma clara, gentil e humana oferecendo sempre recompensas, repetindo o que é bom e evitando as coisas erradas. Socialize seu companheiro, nunca o isole, o isolamento só vai torná-lo ansioso, e de presença desagradável.
Acredito que nasci querendo ser veterinária, consegui, me realizei e tenho obrigação de instruir, aconselhar e ajudar a fazer com que o relacionamento homem e cão seja realmente para sempre, que não seja rompido por motivos que tem solução, e assim diminuindo cada vez mais o abandono, a troca de lar, que é um dos grandes motivos de animais revoltados, você seria feliz se fosse constantemente rejeitado?
Tendo dúvidas procure um profissional da área para instruí-lo da melhor forma possível, e seja feliz com o seu companheiro.
Juci Pereira
Médica Veterinária graduada pela UFMS em 1993
Pós Graduada em Saúde Pública e em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais
Proprietária e Responsável Técnica da PETIT BICHON Clínica Veterinária e Petshop em Campo Grande - MS.
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